sábado, 16 de abril de 2011

A DÉCIMA PERSEGUIÇÃO DA IGREJA


Fazendo parte da série: "Os Mártires. Sangue que fala, chegamos a décima perseguição da igreja.Boa leitura e boa reflexão.

A décima perseguição, sob Diocleciano, 303 d.C.
Sob os imperadores romanos, a comumente chamada Era dos Mártires, foi ocasionada em parte pelo aumento no número dos cristãos e por suas crescentes riquezas, e pelo ódio de Galério, o filho adotivo de Diocleciano, quem, estimulado por sua mãe, uma fanática pagã, nunca deixou de empurrar o imperador para que iniciasse esta perseguição até lograr seu propósito.
O dia fatal fixado para o começo da sangrenta obra era o 23 de fevereiro de 303, o dia em que se celebrava a Terminalia, e no qual, como se jactavam os cruéis pagãos, esperavam acabar com o cristianismo. No dia indicado começou a perseguição em Nicomédia, na manhã da qual o prefeito da cidade acudiu, com grande número de oficiais e xerifes, até a igreja dos cristãos onde, forçando as portas, tomaram todos os livros sagrados e os lançaram às chamas.
Toda esta ação teve lugar em presença de Diocleciano e Galério, os quais, não satisfeitos com queimar os livros, fizeram derruir a igreja sem deixar rasto. Isto foi seguido por um severo édito, ordenando a destruição de todas as outras igrejas e livros dos cristãos; pronto seguiu uma ordem, para proscrever os cristãos de todas as denominações.
A publicação deste édito ocasionou um martírio imediato, porque um atrevido cristão não só o arrancou do lugar onde estava colocado, senão que execrou o nome do imperador por esta injustiça. Uma provocação assim foi suficiente para atrair sobre si a vingança pagã; foi então arrestado, severamente torturado, e finalmente queimado vivo.
Todos os cristãos foram presos e encarcerados; Galério ordenou em privado que o palácio imperial fosse incendiado, para que os cristãos fossem acusados de incendiários, dando assim uma plausível razão para levar a cabo a perseguição com a maior das severidades. Começou um sacrifício geral, o que ocasionou vários martírios. Não se fazia distinção de idade nem de sexo; o nome de cristão era tão odioso para os pagãos que todos imediatamente caíram vítimas de suas opiniões. Muitas casas foram incendiadas, e famílias cristãs inteiras pereceram nas chamas; a outros foram amarradas pedras no pescoço, e amarrados juntos foram lançados no mar. A perseguição se fez geral em todas as províncias romanas, mas principalmente no leste. Por quanto durou dez anos, é impossível determinar o número de mártires, nem enumerar as várias formas de martírio.
Potros, chicotes, espadas, adagas, cruzes, veneno e fome se empregaram nos diversos lugares para dar morte aos cristãos; e se esgotou a imaginação no esforço de inventar torturas contra pessoas que não tinham cometido crime algum, senão que pensavam de modo distinto dos seguidores da superstição.
Uma cidade de Frigia, totalmente povoada por cristãos, foi queimada, e todos os moradores pereceram nas chamas.
Cansados da matança, finalmente, vários governadores apresentaram ante a corte imperial o inapropriado de tal conduta. Por isso muitos dos cristãos foram eximidos de serem executados mas, embora não eram mortos, se fazia de tudo para fazê-lhes a vida miserável; a muitos cortaram as orelhas, os narizes, tiravam o olho direito, inutilizavam seus membros mediante terríveis deslocações, e queimavam suas carnes em lugares visíveis com ferros candentes.
É necessário agora indicar de maneira particular as pessoas mais destacadas que deram sua vida em mártir nesta sangrenta perseguição.
Sebastião, um célebre mártir, tinha nascido em Narbona, nas Gálias, e depois chegou a ser oficial da guarda do imperador em Roma. Permaneceu um verdadeiro cristão em meio da idolatria. Sem deixar-se seduzir pelos esplendores da corte, sem manchar-se pelos maus exemplos, e incontaminado por esperanças de ascensão. Recusando cair no paganismo, o imperador o fez levar a um campo perto da cidade, chamado Campo de Marte, e que ali o matassem com flechas; executada a sentença, alguns piedosos cristãos acudiram ao lugar da execução, para dar sepultura ao corpo, e perceberam então que havia ainda sinais de vida em seu corpo; levaram-no de imediato para um lugar seguro, e em pouco tempo recuperou-se, preparando-se para um segundo martírio, pois tão pronto com pôde sair se colocou intencionalmente no caminho do imperador quando este subia rumo ao templo, e o repreendeu pelas muitas crueldades e irrazoáveis prejuízos contra o cristianismo. Diocleciano, quando pôde recuperar-se de seu assombro, ordenou que Sebastião fosse apreendido e levado a um lugar perto do palácio, e ali espancado até morrer; e para que os cristãos não conseguissem nem recuperar nem sepultar seu corpo, ordenou que fosse lançado no esgoto. Não obstante, uma dama cristã chamada Lucina achou o modo de tirá-lo dali e de sepultá-lo nas catacumbas, ou nichos dos mortos.
Para este tempo os cristãos, depois de uma séria consideração, pensaram que era ilegítimo portar armas sob as ordens de um imperador pagão. Maximiliano, o filho de Fábio Vitor, foi o primeiro decapitado sob esta norma.
Vito, siciliano de uma família de alta linhagem, foi educado como contudo; ao aumentar suas virtudes com o passar dos anos, sua constância através de todas as aflições e sua fé foi superior aos maiores perigos. Seu pai Hylas, que era pagão, ao descobrir que seu filho tinha sido instruído nos princípios do cristianismo pela ama-de-leite que o havia criado, empregou todos seus esforços para voltá-lo ao paganismo, e no final sacrificou seu filho aos ídolos, o 14 de junho de 303 d.C.
Vitor era um cristão de boa família em Marselha, na França; passava grande parte da noite visitando os aflitos e confirmando os fracos; esta piedosa obra não podia ser levada a cabo durante o dia de maneira consoante com sua própria segurança; gastou uma fortuna em aliviar as angústias dos cristãos pobres. Finalmente, porém, foi arrestado por édito do imperador Maximiano, que ordenou que fosse amarrado e arrastado pelas ruas. Durante o cumprimento desta ordem foi tratado com todo tipo de crueldades, e indignidades pelo enfurecido populacho. Continuando inflexível, seu valor foi considerado como obstinação. Se ordenou que fosse colcado no potro, e ele voltou seus olhos para o céu, orando a Deus que lhe desse paciência, trás o qual sofreu as torturas com a mas admirável inteireza. Cansados os carrascos de atormentá-lo, foi levado a uma masmorra. Neste encerro converteu seus carcereiros, chamados Alexandre, Feliciano e Longino. Sabendo o imperador disto, ordenou que fossem executados de imediato, e os carcereiros foram por isso decapitados. Vitor foi novamente colocado no potro, espancado com varas sem misericórdia, e de novo lançado na prisão. Ao ser interrogado pela terceira vez acerca de sua religião, perseverou em seus princípios; trouxeram então um pequeno altar e lhe ordenaram de imediato oferecer incenso sobre ele. Inflamado de indignação ante tal petição, adiantou-se valorosamente, e com um chute derrubou o altar e o ídolo. Isto enfureceu de tal modo a Maximiano, que estava presente, que ordenou que o pé que tinha batido o altar fosse de imediato amputado; depois Vitor foi lançado num moinho, e destrocado pelas pás no 303 d.C.
Estando Máximo, governador da Cilícia, em Tarso, fizeram comparecer perante ele três cristãos; seus nomes eram Taraco, um ancião, Probo e Andrônico. Depois de repetidas tortutas e exortações para que se retratassem, foram finalmente levados à sua execução.
Conduzidos ao anfiteatro, soltaram várias feras, mas nenhum dos animais, embora faminto, quis tocá-los. Inteira o imperador tirou um grande urso, que naquele mesmo dia tinha destruído três homens; porém tanto este voraz animal como uma selvagem leoa recusaram tocar nos prisioneiros. Ao ver impossibilitado seu desígnio por meio das feras, Máximo ordenou sua morte por espada, o 11 de outubro de 303 d.C.
Romano, natural da Palestina, era diácono da igreja de Cesaréia na época do começo da perseguição de Diocleciano. Condenado por sua fé em Antioquia, foi flagelado, colocado no potro, seu corpo foi desgarrado com ganchos, sua carne cortada com facas, seu rosto marcado; tiraram-lhe os dentes a golpes, e arrancaram-lhe o cabelo desde as raízes. Pouco depois ordenaram que fosse estrangulado. Era o 17 de novembro de 303.
Susana, sobrinha de Caio, bispo de Roma, foi pressionada pelo imperador Diocleciano para casar com um nobre pagão, que era um parente próximo do imperador. Recusando a honra que lhe era proposta, foi decapitada por ordem do imperador.
Dorotéu, o grande mordomo da casa de Diocleciano, era cristão, e se esforçou muito por ganhar convertidos. Em seu trabalho religioso foi ajudado por Gorgônio, outro cristão, que pertencia ao palácio. Foram primeiro torturados e logo estrangulados.
Pedro, um eunuco que pertencia ao imperador, era um cristão de uma singular modéstia e humildade. Foi colocado numa grelha e assado a fogo lento até expirar.
Cipriano, conhecido como O Mágico, para distingui-lo do Cipriano bispo de Cartago, era natural de Antioquia. Recebeu uma educação acadêmica em sua juventude, e se aplicou de maneira particular à astrologia; depois disso, viajou para ampliar conhecimentos, indo pela Grécia, o Egito, a índia, etc. com o passar do tempo conheceu a Justina, uma jovem dama de Antioquia, cujo nascimento, beleza e qualidades suscitavam a admiração de todos os que a conheciam. Um cavaleiro pagão pediu a Cipriano que o ajudasse a conseguir o amor da bela Justina; empreendendo ele esta tarefa, pronto foi, apesar de tudo, convertido, queimou seus livros de astrologia e mágica, recebeu o batismo e sentiu-se animado pelo poderoso espírito da graça. A conversão de Cipriano exerceu um grande efeito sobre o cavaleiro pagão que lhe pagava suas gestões com Justina, e pronto ele mesmo abraçou o cristianismo. Durante as perseguições de Diocleciano, Cipriano e Justina foram apressados como cristãos; o primeiro foi desgarrado com pinças e a segunda, açoitada; depois de sofrer outros tormentos, ambos foram decapitados.
Eulália, uma dama espanhola de família cristã, era notável em sua juventude por eu gentil temperamento, e por sua solidez de entendimento, poucas vezes achado nos caprichos dos anos juvenis. Apressada como cristã, o magistrado tentou das maneiras mais suaves ganhá-la para o paganismo, mas ela ridicularizou as deidades pagãs com tanta aspereza que o juiz, enfurecido por sua conduta, ordenou que fosse torturada. Assim, seus costados foram desgarrados com ganchos, e seus peitos queimados do modo mais espantoso, até que expirou devido à violência das chamas; isto aconteceu em dezembro de 303.
No ano 304, quando a perseguição alcançou a Espanha, Daciano, governador de Tarragona, ordenou que Valério, o bispo, e Vicente, o diácono, foram apressados, acorrentados e encarcerados. Ao manter-se firmes os presos em sua resolução, Valério foi desterrado, e Vicente colocado no potro, deslocando seus membros, desgarrando a carne com ganchos, e sendo colocado sobre uma grelha, não só colocando fogo embaixo dele, senão também ferroes acima, que atravessavam a carne. Ao não destruí-lo estes tormentos, nem fazê-lo mudar de atitude,foi devolvido à prisão, confinado numa pequena e imunda masmorra, semeada de pedras de sílex aguçadas e de cacos de vidro, onde morreu o 22 de janeiro de 304. seu corpo foi lançado no rio.
A perseguição de Diocleciano, começou a endurecer-se de modo particular no ano 304, quando muitos cristãos foram torturados de maneira cruel e mortos com as mortes mais penosas e ignominiosas. Deles enumeraremos os mais eminentes e destacados.
Saturnino, um sacerdote de Albitina, cidade da África, foi, depois de sua tortura, enviado de novo na prisão, onde foi deixado para morrer de fome. seus quatro filhos, depois de terem sido atormentados de várias formas, partilharam a mesma sorte com seu pai.
Dativas, um nobre senador romano; Telico, um piedoso cristão; Vitória, uma jovem dama de uma família de alta estirpe e fortuna, com alguns outros de classes sociais mais humildes, todos eles discípulos de Saturnino, foram torturados de forma similar, e pereceram do mesmo modo.
Ágape, Quiônia e Irene, três irmãs, foram encarceradas em Tessalônica, quando a perseguição de Diocleciano chegou à Grécia. Foram queimadas, e receberam nas chamas a coroa do martírio o 25 de março de 304. o governador, ao ver que não podia causar impressão alguma sobre Irene, ordenou que fosse exposta nua pelas ruas, e quando esta vergonhosa ordem foi executada, se acendeu um fogo perto da muralha da cidade, entre cujas chamas subiu seu espírito, indo além da crueldade humana.
Agato, homem de piedosa mente, e Cassice, Felipa e Eutíquia, foram todos martirizados na mesma época; mas os detalhes não nos foram transmitidos.
Marcelino, bispo de Roma, que sucedeu a Caio naquela sede, tendo-se oposto intensamente a que se dessem honras divinas a Diocleciano, sofreu o martírio, mediante uma variedade de torturas, no ano 304, consolando sua alma até expirar com a perspectiva daqueles gloriosos galardões que receberia pelas torturas experimentadas no corpo.
Vitório, Caorpoforo, Severo e Seveano eram irmãos, e os quatro estavam empregados em cargos de grande confiança e honra na cidade de Roma. Tendo-se manifestado contra o culto dos ídolos, foram arrestados e açoitados com a plumetx, ou açoite que em seu extremo levavam bolas de chumbo. Este castigo foi aplicado com tão excesso de crueldade que os piedosos irmãos caíram mártires sob sua dureza.
Timóteo, diácono de Mauritânia, e sua mulher Maura, não tinham estado unidos mais de três semanas pelo vínculo do matrimônio, quando se viram separados um do outro pela perseguição. Timóteo, apressado por cristão, foi levado ante Arriano, governador de Tebas, que sabendo que guardava as Sagradas Escrituras, mandou que as entregasse para queimá-las. A isto ele respondeu: "Se eu tiver filhos, antes tos daria para que fossem sacrificados, que separar-me da Palavra de Deus". o governador, irado em grande maneira antes esta contestação, ordenou que lhe foram arrancados os olhos com ferros candentes, dizendo: "Pelo menos os livros não te serão de utilidade, porque não voltarás a lê-los". Sua paciência ante esta ação foi tão grade que o governador se exasperou mais e mais; por isso, a fim de quebrantar sua fortaleza, ordenou que o pendurassem dos pés, com um peso amarrado no pescoço, e uma mordaça na boca. Neste estado, Maura o urgiu docemente para que se retratasse, por causa dela; porém ele, quando tiraram a mordaça de sua boca, em vez de aceder aos rogos de sua mulher, a censurou intensamente por seu desviado amor, e declarou sua resolução de morrer pela sua fé. A conseqüência disso foi que Maura decidiu imitar seu valor e fidelidade, e ou bem acompanhá-lo, ou então segui-lo na glória. O governador, trás tentar em vão que mudasse de atitude, ordenou que fosse torturada, o que foi executado com grande severidade. Depois disso, Timóteo e Maura foram crucificados perto um do outro, o 304 d.C.
A Sabino, bispo de Assis, foi-lhe cortada a mão por ordem do governador de Toscana, por recusar sacrificar a Júpiter, e por empurrar o ídolo diante dele. Estando no cárcere, converteu o governador e sua família, os quais sofreram o martírio pela fé. Pouco depois da execução deles, o próprio Sabino foi flagelado até morrer, em dezembro de 304.
Cansado da farsa Deus estado e dos negócios públicos, o imperador Diocleciano abdicou à coroa imperial e foi sucedido por Constâncio e Galério; o primeiro era um príncipe de uma disposição sumamente gentil e humana, e o segundo igualmente destacável pela sua crueldade e tirania. Estes se dividiram o império em dois governos iguais, reinando Galério no oriente e Constâncio no ocidente; e os povos sob ambos governos sentiram os efeitos das disposições dos dois imperadores, porque os de ocidente eram governados da maneira mais gentil, enquanto que os que residiam em oriente sentiam todas as misérias da opressão e de torturas dilatadas.
Entre os muitos martirizados por ordem de Galério, mencionaremos os mais eminentes.
Anfiano era um cavaleiro proeminente em Lúcia, e estudante de Eusébio; Julita, uma mulher licaônia de régia linhagem, porém mais célebre por suas virtudes que por sua sangue nobre. Enquanto estava no potro, deram morte a seu filho diante dela. Julita, de Capadócia, era uma dama de distinguida capacidade, grande virtude e insólito valor. Para completar sua execução, derramaram breu fervente sobre seus pés, desgarraram seus lados com ganchos e recebeu a culminação de seu martírio sendo decapitada o 16 de abril de 305.
Hermolaos, um cristão piedoso e venerável, muito ancião, e grande amigo de Pantaleão, sofreu o martírio pela fé no mesmo dia e da mesma forma que aquele.
Eustrátio, secretário do governador de Armina, foi lançado num forno de fogo por exortar alguns cristãos que tinham sido apresados a perseverarem na fé.
Nicander e Marciano, dois destacados oficiais militares romanos, foram encarcerados por sua fé. Como eram ambos homens de grande valia em sua profissão, se empregaram todos os médios imagináveis para persuadi-los a renunciar ao cristianismo; porém, ao encontrar-se ineficazes estes médios, foram decapitados.
No reino de Nápoles tiveram lugar vários martírios, em particular Januaries, bispo de Beneventum; Sósio, diácono de Misene; Próculo que também era diácono; Eutico e Acutio, homens de Pueblo; Festo, diácono, e Desidério, leitor, todos eles foram, por serem cristãos, condenados pelo governador de Campânia a serem devorados pelas feras. Mas os selvagens animais não queriam tocá-los, pelo que foram decapitados.
Quirínio, bispo de Siscia, levado perante o governador Matênio, recebeu a ordem de sacrificar às deidades pagãs, em conformidade com as ordens de vários imperadores romanos. O governador, ao ver sua decisão contrária, o enviou a prisão, acorrentado, dizendo-se que as durezas de uma masmorra, alguns tormentos ocasionais e o peso das correntes poderiam quebrantar sua resolução. Mas decidido em seus princípios, foi enviado a Amâncio, o principal governador de Panonia, hoje na Hungria, que o carregou de correntes e o arrastou pelas principais cidades do Danúbio, expondo-o à zombaria popular por onde quer que passava. Chegando finalmente a Sabária, e vendo que Quirino não renunciaria a sua fé, ordenou lançá-lo no rio, com uma pedra amarrada no pescoço. Ao executar-se esta sentença, Quirino flutuou durante certo tempo, exortando o povo nos termos mais piedosos, e concluindo suas admoestações com esta oração: "Não é nada novo para ti, oh, Todo Poderoso Jesus, deter os cursos dos rios, nem fazer que alguém caminhe sobre as águas, como fizeste com teu servo Pedro; o povo já tem visto uma prova de teu poder em mim; concede-me agora que dê minha vida por tua causa, oh, meu Deus". ao pronunciar estas últimas palavras afundou de imediato, e morreu, no 4 de junho de 308. seu corpo foi depois resgatado e sepultado por alguns piedosos cristãos.
Pânfilo, natural de Fenícia, de uma família de estirpe, foi um homem de tão grande erudição que foi chamado um segundo Orígenes. Foi recebido no corpo do clero em Cesaréia, onde estabeleceu uma biblioteca pública e dedicou seu tempo à prática de toda virtude cristã. Copiou a maior parte das obras de Orígenes de seu próprio punho e letra, e ajudado por Eusébio, deu uma cópia correta do Antigo Testamento, que tinha sofrido muito pela ignorância ou negligência dos anteriores transcriptores. No ano 307 foi apreendido e sofreu tortura e martírio.
Marcelo, bispo e Roma, ao ser desterrado por sua fé, caiu mártir das desgraças que sofreu no exílio, o 16 de janeiro de 310.
Pedro, o décimo sexto bispo de Alexandria, foi martirizado o 25 de novembro de 311, por ordem de Máximo César, que reinava no leste.
Inês, uma donzela de só treze anos, foi decapitada por ser cristã; também o foi Serena, a esposa imperatriz de Diocleciano. Valentino, seu sacerdote, sofreu a mandamentos sorte em Roma; e Erasmo, bispo, foi martirizado na Campânia.
Pouco depois disto, a perseguição diminuiu nas zonas centrais do império, assim como no ocidente; e a Providência começou finalmente a manifestar vingança contra os perseguidores. Maximiano tentou corromper sua filha Fausta para dar morte a seu marido Constantino; ela o revelou a este, e Constantino obrigou-o a escolher sua própria morte, com o que Maximiano decidiu-se pela ignomínia de ser pendurado depois de ter sido imperador quase vinte anos.
Constantino era o bom e virtuoso filho de um pai também bom e virtuoso, e nasceu na Grã Bretanha. Sua mãe se chamava Helena, filha do rei Coilo. Era um príncipe muito generoso e gentil, tendo o desejo de cuidar da educação e das belas artes, e freqüentemente ele mesmo lia, escrevia e estudava. Teve um maravilhoso êxito e prosperidade em tudo quanto empreendeu, o que supus que provinha disto (o que assim era com certeza): que era um grande favorecedor da fé cristã. Fé que, quando abraçou, o fez com a mais devota e religiosa reverência.
Assim Constantino, suficientemente dotado de forças humanas, mas especialmente dotado por Deus, empreendeu caminho a Itália durante o último ano da perseguição, o 313 d.C. Majêncio, ao saber da chegada de Constantino, e confiando mais em sua diabólica arte mágica que na boa vontade de seus súbditos —vontade que bem pouco merecia—, não ousou mostrar-se fora da cidade nem se enfrentar com ele em campo aberto, senão que emboscou varias guarnições ocultas em diversos lugares estreitos por onde aquele deveria passar, com as quais Constantino se bateu em diversas escaramuças, vencendo-as pelo poder de Deus.
Não obstante, Constantino não estava ainda em paz, senão com grandes ansiedades e temor em sua mente (aproximando-se agora de Roma), devido aos encantamentos e feitiçarias de Majêncio, com as que havia vencido contra Severo, a quem Galério tinha enviado contra ele. Por isso, estando em grande dúvidas e perplexidade em si mesmo, e dando voltas a muitas coisas em sua mente, acerca de que ajuda poderia ter contra as operações de sua mágica, Constantino, aproximando-se em sua viagem à cidade, e elevando muitas vezes os olhos para o céu, viu no sul, quando o sol estava se pondo, um grande resplendor no céu, que parecia uma cruz, dando esta inscrição: "In hoc vince", ou seja: "Vence por meio disto".
Eusébio Pânfilo dá testemunho de que ele ouvu o próprio Constantino repetir várias vezes, e também jurar que era coisa verdadeira e certa o que tinha visto com seus próprios olhos no céu, e também os soldados com ele. Ao ver aquilo ficou grandemente atônito, e consultando com seus homens acerca do significado disso, então se apareceu a ele Cristo, convidando-o a tomá-la como sinal, e a levá-la em suas guerras diante dele, e que assim obteria a vitória.
Constantino estabeleceu de tal modo a paz da Igreja que pelo espaço de mil anos não lemos de nenhuma perseguição contra os cristãos, até o tempo de John Wickliffe.
Tão feliz, tão gloriosa foi a vitória de Constantino, de sobrenome o Grande! Pelo gozo e a alegria da qual os cidadãos que antes tinham mandado prendê-lo, o buscaram para levá-lo em grande triunfo na cidade de Roma, onde foi recebido com grandes honras e celebrado por sete dias seguidos; além disso, fez levantar no mercado sua imagem, sustentando na destra o sinal da cruz, com esta inscrição: "Com este sinal de saúde, o verdadeiro signo de fortaleza, resgatei e libertei vossa cidade do jugo do tirano".
Terminaremos nosso relato da décima e última perseguição geral com a morte de são Jorge, o santo titular e patrono da Inglaterra. São Jorge nasceu em Capadócia, de pais cristãos, e, dando prova de seu valor, foi ascendido no exército do imperador Diocleciano. Durante a perseguição, são Jorge abandonou sua comissão, foi valentemente até o senado e manifestou abertamente sua condição de cristão, aproveitando a ocasião para protestar contra o paganismo, e para indicar o absoluto de dar culto a ídolos. Esta liberdade provocou de tal modo o senado que deram ordem de torturar a Jorge, o qual foi, por ordem do imperador, arrastado pelas ruas e decapitado no dia seguinte.
A lenda do dragar, associada com este martírio, é usualmente ilustrada representando a são Jorge sentado sobre um cavalo lançado ao ataque, traspassando o mostro com sua lança. Este dragão ardente simboliza o diabo, que foi vencido pela firme fé de são Jorge em Cristo, que permaneceu imutável a pesar do tormento e da morte.

Fonte: O Livro da Mártires- ( John Fox

sexta-feira, 15 de abril de 2011

GANHAR ALMAS: QUE OBRA É ESSA?

1. Não é profissão. Deus nunca quer que a obra mais elevada e santa, a de ganhar almas, se torne uma profissão. Mas o amor à fama, o amor ao salário e o amor de governar leva muitos a vestirem-se com trajes eclesiásticos e aceitar títulos de oficio. Na história da Igreja, as grandes colheitas de almas foram sempre fruto daqueles que trabalhavam sem idéia de profissionalismo, anunciando a Palavra por toda parte, à sua própria custa.

2. Não é dar esmola. Muitos crentes estão deixando mais e mais de anunciar a mensagem que dá vida à alma, para dar comida e roupa aos pobres. Que a Igreja, deve compadecer-se dos pobres e dar, é certo, mas não será o número total de Paes distribuídos que o Juiz quer ver no último dia, mas o número de almas salvas. Pães e roupas não podem estancar a sede da alma: “Todo o que bebe desta água, tornará a ter sede.”

3. Ganhar almas não é reformá-las. Não se deve pensar nem dar a entender ao perdido, que a salvação é adquirida pelo fato de alguém levantar a mão, deixar de fumar, recusar a bebida forte, e abandonar todos os vícios. Se o homem pudesse salvar-se, só exercer o poder da vontade, Deus não teria dado Seu Filho para sofrer a agonia do Getsêmani e do Calvário.

4. Ganhar almas não é magnetizá-las. A alma atraída pela personalidade ou eloqüência do pregador permanece fiel só durante o tempo que o pregador fica com ele. “Meu ensino e a minha pregação não foram em palavras persuasivas de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder, para que a vossa fé não se baseie na sabedoria dos homens, mas no poder de Deus”. (1 Cor 2. 4-5). O grande número de almas que Paulo ganhou para Cristo, não foi atraída pela personalidade de apóstolo. “Sua presença corporal é fraca” (2 Cor 10.10). Diz-se Jônatas Edwards, poderoso em ganhar almas, em tempos passados, escrevia seus sermões por extenso; lia-os em voz monótona, página por página, segurando o manuscrito perto dos olhos porque era míope; e, apesar disto, algumas vezes os do auditório agarravam-se aos bancos com medo de cair no inferno dos pecadores, tão vividamente representadas em palavras de fogo, e de tal forma, que multidões foram conquistadas para Deus. Era a Palavra do Senhor que os atraía e não a personalidade do homem.
5. Ganhar almas é pescar. “Segui-me, e eu vos farei pescadores de homens” (Mat

4.19). “Eu vos farei!” Então, os pescadores de homens são feitos por Cristo. Todos os dons necessários, Ele lhes concede.
“Serás pescador de homens” (Luc 5.10). A palavra nesta passagem no original traduzida literalmente, quer dizer: “Apanhar homens vivos”, dando a idéia de salvá-los completamente do perigo mais horrível. Encontra-se esta palavra só uma vez nas Escrituras, em 2 Tim 2.26: “E se livrem do loco do Diabo tendo sido feitos cativos, (apanhados vivos) por ele”. Satanás também apanha almas vivas! Que hoste grande de cativos ele está conduzindo para o inferno! Alguns dos nossos queridos estão na procissão, e nós permanecemos inativos?

5. Ganhar almas é ceifar. “Rogai pois, ao Senhor da seara, que envie trabalhadores para a Sua seara” (Mat 9.38). Não é o dinheiro, nem os crentes, que envia o ceifeiro para suportar o calor, e o labor do dia inteiro, mas, sim, “o Senhor da seara”. “Aqueles que semeiam em lágrimas, com júbilo ceifarão. Embora alguém saia chorando, levando a semente para semear, tornará a vir com júbilo, trazendo os seus feixes” (Sl 126. 5-6)

6. Ganhar almas é procurar o que se havia perdido. Toda a circunvizinhança comove-se ao saber que uma criancinha se perdeu no deserto. O pastor fiel não pode descansar, nem provar comida, a noite inteira, se não achar a ovelha perdida. Leia o capítulo 15 de Lucas e peça a Cristo que lhe dê a Sua compaixão abrasadora para com um mundo pródigo, e lhe ensine a procurar almas perdidas.

7. Ganhar almas é privilégio supremo do crente. Nem a Gabriel, nem a Miguel, nem a qualquer dos anjos dos céus, é permitido participar desse gozo de ganhar almas.
Um dos mais conhecidos missionários na Turquia foi convidado a assumir o cargo de cônsul, numa das maiores cidades daquele país, com salário de príncipe, mas não aceitou. “Por que não aceitou? Perguntou-lhe um moço, admirado. “Porque recuso rebaixar-me a ser embaixador ou cônsul”, foi a resposta calma.
“Os que forem sábios, resplandecerão como o fulgor do firmamento; e os que converterem a muitos para a justiça, como as estrelas para todo o sempre” (Dan 12.3).

8. Ganhar almas é levá-las a ter contato com Cristo. Diz-se Jônatas Goforth: “O alvo da sua vida foi levar homens a Cristo até à hora da sua morte”.
Quantas vezes estamos satisfeitos quando o perdido vem somente para orar. O nosso dever é levá-lo a ter contato com o Cristo vivo.
Não devemos abandoná-lo depois de salvo, mas levá-lo a continuar perante o Senhor. Saulo, salvo no caminho de Damasco, estava pronto a começar a trabalhar para Cristo. Mas foi enviado à cidade, esperando, nas trevas, durante três dias, que Cristo fosse formado nele (compare Gal 4.19).
Não há estória mais gloriosa, entre todos os missionários, do que a de Carlos de Foucald. Nasceu-se e criou-se no seio de uma família nobre, com toda pompa e luxo. Não zombava da religião, mas o seu único interesse era divertir-se. Ocupava um lugar de honra no exército, quando, na casa de parentes, em Paris, encontrou Ruvelin. Quis entrar em polêmica com o pregador, mas este, depois de olhar para ele por alguns momentos, pediu-lhe que se ajoelhasse e orasse, confessando seus pecados. O moço não o quis fazer, dizendo que não viera pra confessar seus pecados. Contudo, o homem de Deus insistiu em que se ajoelhasse. Admirado, de Foucauld obedeceu e foi compungido em sua alma, a confessar a Deus, as faltas de uma vida desperdiçada, da qual antes não fora despertado. Não houve qualquer argumento entre os dois, nem troca de idéias, mas o contrito, Carlos de Foucauld, desde aquele dia não olhou para trás. Nunca houve alguém que abandonasse a velha vida mais sinceramente do que ele. Renunciou a todas as riquezas materiais e confortos da vida, para levar os silvícolas ao Salvador. No lugar onde o Senhor o colocou, foi fiel até a morte, morte de mártir.
O segredo da vida vitoriosa deste missionário estava em ter contato com o Salvador vivo, contato que nunca perdeu.

Fonte:Livro: esforça-te para ganhar almas ( Orlando Boyer)

CICATRIZES


Olá amigos e amigas esta mensagem e para todas as pessoas que DEUS colocou em meu caminho. Num dia caloroso do verão no sul da Florida, um garoto decidiu ir nadar no lago atrás de sua casa. Saiu correndo pela porta traseira, se jogou na água e ficou nadando feliz. Sua mãe desde a casa olhava pela janela, e viu com horror o que estava acontecendo. Em seguida correu atrás de seu filho gritando o mais forte que podia. Ouvindo a mãe o menino se tocou, olhou e foi nadando até ela. Porém era tarde, muito tarde. A mãe conseguiu agarrar o menino pelos braços justo quando o animal agarrava suas pernas. A mulher lutava determinada com toda a força do seu coração. O crocodilo era mais forte, mas a mãe era muito mais apaixonada e seu amor não a abandonava. Um senhor que escutou os gritos correu para o lugar com uma pistola e matou o crocodilo. O menino sobreviveu e, ainda que suas pernas tenham sofrido bastante, ele pode voltar a caminhar. Quando saiu do trauma, um enfermeiro lhe perguntou se ele queria mostrar as cicatrizes das suas pernas. O menino levantou o lençol e mostrou ao rapaz. Então, com grande orgulho e arregaçando as mangas ele disse: "Mas as marcas que você ver são estas". Eram as marcas das unhas da sua mãe que haviam pressionado com força sua pele. "As tenho porque mamãe não me soltou e salvou minha vida". Moral da História: Nós também temos cicatrizes de um passado doloroso. Algumas foram causadas por nossos pecados, por pequenas ou grandes falhas, por desobediência, porém algumas foram das unhas de DEUS que nos segurou com força para que não caíssemos nas garras do mal. DEUS te abençoe sempre. Mas lembra que se alguma vez doeu tua alma, foi porque DEUS te agarrou bem forte para que não caísses. Lembra que se tiveres vergonha de DEUS, ele também terá vergonha de ti... Reflita na mensagem e saiba que DEUS te ama e quer o teu bem

O QUE É O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO


Introdução
A promessa do Batismo com o Espírito Santo, foi na verdade uma substancial edificação da igreja na terra. O que seria da igreja sem que essa promessa viesse a ser feita pelo nosso amado Jesus. Só com o revestimento de poder que podemos vencer todos os obtáculos que a cada um de nós são propostos. BOA AULA!!!!!!!


- O QUE É O BATISMO
1. Concepções errôneas. O batismo no Espírito não é a mesma coisa que:
a) Salvação. Os discípulos já eram salvos antes do Pentecostes (Lc 22.28; 10.20; J0 13.10; 15.3). Já tinham participado da ceia (Mt 26.26, 27), e sido enviados pelo próprio Senhor Jesus a pregar (Mt 28.18-20). Eles já eram salvos; restava-lhes, porém, serem revestidos do poder do alto. Na casa de Cornélio, os crentes foram batizados no batismo no Espírito no mesmo dia em que receberam a Jesus; porém, tiveram primeiro os seus corações purificados pela fé (At 15.8, 9). Em Éfeso, havia discípulos que já tinham crido, mas que desconheciam a realidade do batismo no Espírito Santo (At 19.1-6). Portanto, a salvação e o batismo no Espírito são experiências distintas entre si.
b) Santificação. Embora o Espírito promova a santificação na vida do crente (Gl 5.16-18, 24-26), isso nada tem a ver com o batismo no Espírito Santo. A pessoa pode ser santificada e cheia do fruto do Espírito (Gl 5.22), e, mesmo assim, não ser batizada no Espírito Santo. A santificação é paulatinamente cultivada e atua de maneira gradual em nossa vida, enquanto que o batismo no Espírito é um dom concedido por Deus; recebemo-lo de uma única vez (At 10.45).
c) Alegria. A salvação traz grande alegria ao coração do ser humano (Rm 14.17). Porém, sentir grande alegria, ou emoção, não significa que o crente é ou haja sido batizado no Espírito: é o resultado da salvação (2 Co 2.2; 6.10). Vejamos, portanto, o que é o batismo no Espírito Santo.
2. A promessa do pai. O batismo no Espírito é assim chamado porque, no Antigo Testamento, o Pai havia prometido o derramamento do Espírito a todos os que lhe invocassem o nome. No AT encontramos muitas promessas sobre a efusão do Espírito. Dessa promessa, falaram: Salomão (Pv 1.23); Isaías (Is 28.11, 12; 44.3); Joel (JI 2.28-32); Zacarias (Zc 12.10) etc. A promessa também foi feita através de João Batista (Mt 3.11) e principalmente por Jesus, o Filho de Deus (Jo 14.16, 17, 26; 16.7, 13; At 1.4, 5, 8).
3. Revestimento de poder. Temos, aqui, uma das expressões bíblicas que definem o derramamento do poder do alto em nossas vidas (Lc 24.49).
Na Bíblia, porém, encontramos outras expressões, como:

a) Batismo no Espírito Santo (Mt 3.11; At 1.5): descreve o mergulho do crente na Plenitude do Espírito Santo (At 2.4; 4.8, 31; 9.17) e é uma referência ao transbordamento desse poder.
b) Unção (1 Jø 2.20, 27; 2 Co 1.19-21): refere-se, figurativamente, à unção que recebiam, no Antigo Testamento, sacerdotes, reis e alguns profetas.
c) Virtude do Espírito Santo (At 1.8): fala do poder sobrenatural recebido por ocasião do batismo no Espírito Santo, e que conduz o crente à vitória (Zc 4.6; 2 Co 4.6) etc.

II. A EVIDÊNCIA INICIAL E FÍSICA DO BATISMO NO ESPÍRITO SANTO

1. Línguas estranhas. Antes do Pentecostes, o Espírito Santo já havia descido sobre várias pessoas, como João Batista (Lc 1.47), Isabel (Lc 1.41), Zacarias (1.67) e Simeão (Lc 2.52). No entanto, não há nenhum registro de que algum desses personagens haja falado línguas estranhas.
No dia de Pentecostes, o derramamento do Espírito Santo foi acompanhado por um sinal externo bem evidente e audível: “E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas conforme o Espírito Santo concedia que falassem” (At 2.4). A evidência de que os discípulos haviam, de fato, recebido o batismo no Espírito Santo foi o falar em línguas. Esta é a evidência indubitável e clara do batismo no Espírito Santo. Cada um dos que se encontravam no cenáculo teve a sua própria experiência (At 2.2, 3); todos falaram línguas que jamais tinham aprendido.
2. A evidência como padrão. Como já dissemos no tópico anterior, a evidência inicial e física do batismo no Espírito Santo, no dia de Pentecostes, foi o falar em línguas estranhas. Esta evidência deixou bem claro que os discípulos haviam recebido a promessa do Pai (At 2.17, 18, 38, 39).
O falar em línguas, pois, serve como padrão para se aferir se alguém foi ou não batizado no Espírito Santo (At 11.15-17). O que se deu no dia de Pentecostes, repetiu-se na casa de Cornélio (At 10.46); em Éfeso (At 19.6); na vida de Paulo (At 9.17, 18; 1 Co 14.18). Em Samaria (At 8.20, 21), embora a Bíblia não o declare, também deve ter havido línguas estranhas por ocasião do avivamento que lá houve nos dias dos apóstolos.

III. A FINALIDADE DO BATISMO NO ESPÍRITO SANTO

1. Capacitação para o serviço. “A manifestação do Espírito é dada a cada um para o que for útil” (1 Co 127). O batismo no Espírito capacita o crente a pregar (At 1.8) com autoridade celestial (At4.13, 20,29,33,34). Através dessa ferramenta indispensável ao serviço cristão (2 Co 10.4,5), o crente produzirá muitas conversões como fruto de seu trabalho evangelístico e missionário (At 11.22-24).
Uma grande mudança operou-se na vida dos discípulos depois de eles terem recebido o poder do alto. Tão logo foram batizados no Espírito Santo, puseram-se de pé para proclamar o Evangelho de Cristo (At 2.2, 14). As portas que até então estavam fechadas (Jo 20.19), abriram-se. E eles saíram às ruas, praças etc, para anunciarem a morte e a ressurreição de Jesus Cristo.
2. Novo dimensionamento espiritual. O batismo no Espírito Santo proporciona aos crentes:
a) Visão dos perdidos. Paulo teve a visão das necessidades dos macedônios (At 16.9) e dos coríntios (At 18.9-11). Que Deus nos desperte a obedecer a visão celestial (At 26.19), pois a seara já está branca para a ceifa (Mt 9.37; Jo 4.35). Conscientizemo-nos desta verdade: não somos enviados apenas para semear, mas também para ceifar.
b) Incentivo para a conquista de outras bênçãos. O batismo no Espírito Santo não é o ponto final de nossas experiências com Deus: é a porta para a conquista de uma infinidade de outras realizações espirituais. Quando Israel entrou na terra prometida, tinha diante de si um território amplo e espaçoso, cuja conquista dependia de um avanço contínuo (Js 1.3; 18.1-4). Por conseguinte, devemos avançar sempre na conquista das “coisas que estão diante de nós” (FI 3.12, 13).
3. Aprofundamento da comunhão com Deus. O “falar em línguas” leva-nos a ter uma comunhão mais íntima com Deus (1 Co 14.2, 28), proporcionando profunda edificação pessoal (1 Co 14.4). É o refrigério prometido por Deus (Is 28.11, 12). E, ainda, uma força extraordinária na oração (1 Co 14.15), pois oramos em espírito (Rm 8.26; Ef 6.18), e, assim, damos “bem as graças” (1 Co 14.17) num tipo de linguagem que Satanás não entende.
IV. COMO RECEBER O BATISMO
O recebimento do batismo no Espírito não está vinculado a mérito, pois é um dom de Deus (At 10.45); nem a métodos, pois o Espírito opera como o vento (Jo 3.8), que sempre toma direções diferentes; nem a datas, pois Jesus, o batizador, é soberano, e batiza quando lhe apraz; nem a locais, pois Ele batiza onde quer; nem a posturas corporais, pois o que vale é a posição do coração (Jr 29.13; Jo 7.38).
O batismo no Espírito Santo é para todos (At 2.3 8). Vejamos algumas condições para recebê-lo:
a) Arrependimento (At 2.38, 39), voltando para Deus, em uma mudança radical de atitude.
b) Obediência (At 5.32), pela qual o Senhor derrama seu Espírito sobre “servos” e “servas” (At 2.18); fé (Mc 16.17; Ef 1.13), pois os que crerem verão a glória de Deus em suas vidas (Jo 11.40; 7.38; Gl 3.2, 5).
c) Busca ardente, com perseverança (Lc 11.9-13; Mt 7.7), “até” receber o poder (Lc 24.49), e também com desejo e sede ardente (SI 143.6; Is 41.17, 18; 44.3).

FONTE: EBDWEB